segunda-feira, 27 de junho de 2011

Cálice


Ardente, chamas meu nome.
Pede que a deixe extasiada,
Clama, grita; Me consome!
Vapores na janela estampada.

Doce delírio de lábios calorosos,
Espalhando sua dança pelo Salum.
Displicentes, indecentes e audaciosos,
Corpos úmidos, a formar um.

O desejo é um vinho a ser partilhado,
O líquido que escorre entre os lábios.
Olhos e pernas, escancarados,
Caminhos tortuosos, que embebedam sábios.

Seios redondos e rosados,
Onde mãos grosseiras repousam,
Um sorriso jocoso e ousado,
O prazer é o galho que muitos pousam.

Se há no mundo, melhor cálice.
Cale-se aquele que o descobrir,
Se há algo superior ao meu ápice,
Traga para comigo repartir.

domingo, 26 de junho de 2011

Olimpo


O sorriso lá estava como um enigma.
Cravejado em tua face, um estigma!
Em teus olhos - Oh! – quanta vida,
No meu peito, muitas e muitas feridas.

A quem temo eu, se não a ti e teu sorriso?
Sincero, torturador e inciso.
Esta contenda que causas a meu ser,
Faz do orgulho tão pequeno e a raiva perecer.

O cálice de amor que me deras,
Transforma-me de Atenas em Hera,
Teu sorriso, meu Olimpo, minha morada!
Perfeitamente situado entre faces coradas.

Confessarei minha agonia, antes que dela padeça.
Não há nada sob o sol, que a mim mais entristeça,
Que ver teu rosto esmaltado,
Dentre as lágrimas situado.

GuerREIro


Espadas pesam no orgulho.
Golpes me acertam a alma,
Completamente alheio, feito entulho.
Meus olhos perderam a calma.

Sequer sei onde errei, e se foi em vão?
Procuro entender por que estanquei,
Com meus olhos cegos não vejo a razão,
Quando descobrir, onde estarei?

Num corredor vazio, repleto de portas,
Tento passar por todas elas.
E nenhuma delas a chave comporta,
Ficarei só, observando, guardando. Sou boa sentinela?

O que me define? O que faço?
Me retenho ou desfaço?
Trancafiada está minha esperança!
E a vida é só lembrança.

Não gostei do que vi, onde estive.
Ainda assim caminhei.
Quem à angústia sobrevive,
Cultiva o segredo de ser Rei.