segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Luzia


Um par de meiguinhos olhos
Espalhando pelo ar mansidão,
Desatina a doer o peito
Sofreado de solidão.

Ai! Que anjo é este de meu tormento?
Com tuas asas deflagra meu ser,
Quanto amor preso aqui dentro,
Pronto a te oferecer.

Tua música de flauta doce,
Transversa minha emoção!
Eu, que amo como Afrodite,
Passo a viver feito Sansão!

Cortem meus cabelos!
Prendam-me como meliante!
Ceguem meus olhos!
Porém, não retirem meu pequeno gigante.

Ai! Que anjo é este compilado em meu cerne!
Porque fostes e me deixastes a dor?
Condenado a este estéril deserto,
Terei de viver sem teu amor!