terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sheol



Dê sorrisos vazios, dorsos em dor.
Na vagueza de olhos fartos
Tento encontrar a sutileza.
Carácter torpe, mas com nobreza.

Há os que dizem que procuro uma ninfa.
Talvez isso seja o fato – mas suspeito.
Se for o caso, não valho o que pleiteio!
Um ser mágico? Oh, que devaneio.

Eu quisera – há tempos – um amor.
Vasculhei entre sonhadores clandestinos,
Extirpando medalhas dos peitos.
Retirando boçais de seus fúteis leitos.

Descobri, com fardos sob os ombros frágeis.
Sentimentos nobres que enchem os vales,
Sangues rubros derramados nos desertos.
Bombas que explodem com destino incerto.

Talvez eu queira mesmo um ser mágico,
Despertando-me do Sheol aos brados,
Majestosas asas translúcidas e luz no olhar.
Emergindo juntamente a capacidade amar.