quinta-feira, 1 de abril de 2010

O espelho

Frases se fazem palavras soltas
Sorrisos para encobrir a verdade.
A capa da mentira visto;
Com medo da realidade
Quando você está perto, me faço metade
Quando você está longe, não existo.

Um grito se perpetua no vácuo
mas, não pode ser ouvido.
Sua sombra surge em meio a noite,
apenas outro sonho que não pode ser vivido.

A agonia está muito mais em esquecer,
do que em lembrar
Seus olhos estão tão perto,
mesmo você estando tão distante
Um sorriso amargo surge e se vai no mesmo instante
Caminhando a passos lentos, para no céu entrar;
Acabo por intermédio no inferno chegar.

Muros surgem ante a mim
Impedindo-me de te ver
Agarro-me a tudo que me restou
a vontade de te ter.

Sorrateiramente os muros viram espelhos,
Dando-me a visão
de um homem triste, velho e impuro
Com pulsos cerrados, ao chão.


Seu grito estridente
não pode jamais ser ouvido
Depois tanto gritar em vão
de seu rosto desprendem-se lágrimas
Que aos poucos formam um grotão.

Mas que medo teria de tanta solidão?
Se a fonte que se forma nos olhos,
provém do coração.
A imagem de um anjo emerge no espelho
Trazendo-lhe mansidão
Apaziguando o coração faminto,
que agora jazia no chão.

Seu anjo não possuí asas
Pois humano se faz.
Representante de um amor,
que agora descansa em paz.

A maldição da morte
Foi quem roubou
O anjo humano do homem,
e no inferno o deixou.

O grande espelho da dor
começou a desabar.
Cacos contra o chão.
A imagem do homem a se desintegrar.

O velho coração faminto
aos poucos foi se calando;
Como em dança, no compasso
os olhos foram se fechando.

O choro se tornou indolor
O corpo se fez vazio
O rio de lágrimas secou;
A alma voou.

Era a despedida silenciosa

Era a ausência do grito

O homem que tanto amara,
e o amor havia perdido
Agora se juntara
Ao anjo que havia partido.


Thaís Milani

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