domingo, 3 de outubro de 2010

Coraçãozinho


Lembro quando era pequeno e a luz ficava acesa
Não tinha medo do escuro.
Queria apenas contemplar sua beleza.
Se eu ouvisse as histórias de “era uma vez”,
Não dormia na esperança de te ler no outro mês.

Cresci como exigiu e parei de crê no amor.
Foi como perder o chão e fazer frio em abril.
Viver em um rio de torpor, tudo branco em anil.
Segurei sua mão, naquele ato infantil.
Fui sua caça e o predador, o que é servido e o que serviu.

No dia que você se foi, um mal me acometeu.
Minha alma secou-se e meu rosto enrubesceu
Cada lágrima que chorei
Despejei pelo amor seu.

Sempre fora a mais bela
Outra igual na Terra não há.
Era minha cinderela
A dama por quem zelar

Sofri mil terrores, por teu rosto não avistar.
É a dona dos amores. Como ti outra não há.
Atei-me a fiel esperança
De ser ao mundo sua herança
Alguém a te representar.

Você mentiu para mim.
Disse que jamais me deixaria.
Quando estava partindo ao fim.
Percebi que para sempre me amaria.

Era o meu belo tesouro, por ti vou além.
A terra que a enterra, está também em meu coração.
Não importa o que aconteça, tenho cá, tua proteção.
Sou e sempre serei seu lindo neném.
Mãe. Sempre te amei. E sei que me amas também.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do poema. Confesso que algumas partes me confundiram, mas bastou fazer uma releitura.
Ao meu entender parece uma criança abandonada pela mãe, cujos afetos ainda permanecem, mesmo com a partida da mãe.




Paulo.