
Existo. E nego minha existência.
Não porque creio que dela pouco restará.
Nego-me. Pois o fardo maior é a vivência.
Envergonho-me, o SER sempre falhará.
Quero não possuir bens,
Amar alguéns,
Andar sobre o mar.
Quero não ter morada,
Ser amada,
Reinar pelo ar.
Quero expandir meu peito,
Com pequenos feitos
Me sagrar.
Existo. Mas compreendo a beleza de não existir.
Estanco minh’alma, ávida por derramar SER.
Permaneço em anonimato, como a chuva fina ao cair.
Creio que se não existo, não hei de perecer.
Quero dominar a morte,
Traçar meu norte,
Dormir sob o luar.
Quero sagrar-me herdeiro
De lobos e cordeiros.
Me auto-desafiar.
Quero crer que existo,
Sou mais que isto,
Que me forçaram a acreditar.
Existo. E dispo-me de minha existência.
Barganho-a por minha essência, que jamais me deixará.
Estou desnudo e aprisionado a minha consciência.
A prova mais concreta, de que o SER sempre existirá.
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