sábado, 25 de setembro de 2010

O artesão


Mãos ágeis e suaves.
Alentam a emoção,
Moldando com um voar de aves.
As curvas do coração

Vigilante aos detalhes
Não admite imperfeição.
Adornando com entalhes
Aprimorando com devoção.

O suor endossa-lhe a face,
É banido em vão.
Logo que o tempo perpasse
Reinará em mansidão.

O olhar se comprime,
Sopesando a criação.
Cada traço presente imprime
A arte em gratidão.

É bela! É sublime!
Esta vossa imaginação.
Jamais duvide ou subestime
A mão deste artesão.

Ele é severo e irreverente.
Obcecado por inspiração,
Acolhe o futuro, determina o presente.
Afaga em seus dedos a perfeição.

Imprevisível e intocável.
Eterno, sem extinção
Teu talento tão amável
Não permite distinção.

Vagando em devaneio
Perde-se na imensidão.
Alma celeste, espírito alheio.
Tem nos lábios a saudação

Imparcial e distante,
Óh, quão feraz é o artesão.
Ora retraído, ora avante.
Destino. O que reserva sua mão?

Um comentário:

Anônimo disse...

"Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu"
Assim é um artista, artesão. Em pequenas coisas enchergam uma grande obra. Acho que o sentimento está presente.



Paulo.