sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ensaio do Édem


A terra, hoje sem nome
é o lugar onde caminhou
O fabuloso animal homem
nela livremente andou

Era um mundo sem fim
de lindas criaturas,
Que em perfeita harmonia
Neste lugar vivia
É onde nasceu Caim
[que matou Abel]
e Eva satisfez-se da fruta
Onde é azul o céu

Sempre abaixo do firmamento
E confinantes do mar
Alastrou-se por ti o pensamento
_ Se há riqueza, por que não explorar?

Detentora de nobreza
Nada deixara faltar
O fratricídio da natureza
Por meio do homem veio a se concretizar

Não compreendes a verdade?
Vou para ti esclarecer
Acabou a irmandade,
deixou Abel de viver.
Guerra no Éden!
Vamos todos perecer.

Caim sois vós
Nossa expressão
Se ficarmos a sós,
matamos nossa essência
matamos nossos irmãos.

Não há como reverter
Semeou-se a discórdia,
não se pode reter;
Deu-se o princípio, chegou a hora.

O Édem sucumbiu
Ele que tão belo era
Aos declívios partiu
Levando em seus braços Eva.

O que dizer do ouro verde
Que hoje escasso se faz;
Se olhares o passado
Verás que descansa sem paz.

E o ouro reluzente
Que tanta morte causou,
Com sua exuberância
Banhado com ganância
Feridas na terra deixou

E o ouro negro
repousa profundamente
como os corpos de tanta gente
Que na Santa Guerra lutou;
Em busca de armas químicas
que jamais se encontrou

De que lhe serviu o mar?
Se hoje o contemplar
Plataformas não mais há
Toda forma de vida, parou de respirar.

Depois de tamanha exploração
O que se há de dizer?
Foram nossas mãos
Que impediram a natureza de viver

Óh, Édem. Por que nos abandonastes?
Estendemos as hastes
Ante, lutemos.
Ou morreremos?
Caim, com Abel falhastes.

A fúria dos ventos
Os tempos de guerra
Choro e lamentos
É o fim da Terra?

Fazendo um presságio
Sobre o que virá a ocorrer,
Se por insanidade, órfãos nos fizer
Desfalece ser, quando a terra fenecer.

Os rios secando
Os mares se expandindo,
O gelo vai retomando
Seu império perdido.

E seja o calor
Venha trazer o inferno,
gerando agonia e dor
Por ausência de amor fraterno

A terra de verdes e mares
por infelicidade sucumbiu
Deu lugar a um deserto;
Uma nova espécie surgiu
não há humanos por perto
A humanidade caiu.

Já não veio a humanidade a parecer
Por ventura, quando deixou o homem de ser
e passou em ter e mente
que só viveria inteiramente
se tudo pudesse ter?

Abel está sepultado
Caim tambem morrerá
Eva, tu és mãe, chorará.
O Édem está afundado.

Não podes tu entender
que veio a terra a padecer
E que os defeitos
Por ti cometidos o fizera ocorrer

Deverias vós se envergonhar
não vistes o que tem feito?
Matastes o Édem,
Quebrastes o elo perfeito.

Por obséquio nos perdoe
por tamanha arrogância
se matamos ti, oh Terra.
Foi por nossa ignorância.

Farei uma ressalva,
nossos olhos devem ver;
Erramos por descuido
devemos nós reverter

Destruímos nosso lar
matamos nossos irmãos,
Dominados pelo granjear
impulsionados pela ambição.

Receio ter sido injusto,
para vós a verdade omitir
Assentirei com muito custo,
O que virá a seguir

Eis que haja luz,
esta se fez;
Homens nus
Feitos de vez em vez.
a terra criou,
Nossa mão desfez.

A luz se dissipou
Expandiu-se a escuridão,
que nossa mente inundou
E extirpou toda razão

Para finalizar
Látego uma reflexão;
Recoloque-se em nobreza
Reacenda o lampião

Édem é a terra
Eva a mãe natureza
Caim quem matou a beleza
[e também a humanidade]

Abel o irmão de guerra;
Contra quem cometeu-se a fatalidade.

Se caso lhe convir
Ouça com atenção
Se a irmandade de Caim não ruir
É a nossa salvação

Pense argutamente
em seus próximos atos;
Não quereres ser tu a serpente
que conduziu tais fatos.

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