sexta-feira, 2 de julho de 2010

Santíssima


Santa luz da Ignorância
Sobre a treva jaz
Espúrio lar da astúcia
Monarca da ilusória paz

Transborda-te em doce deleite
Incisa de sabedoria
Aguardas por quem te aceite
E satisfaz-se em tua orgia

Ignorância da terra minha
Envolves com tanto ardor
És tu erva daninha
Causa asfixia e dor

O mal da víscera humana
no acaso vagueias
cobres a envergadura profana
tornas as mentes estreitas

Aquele que a ti se entregas
Lançasse a profundidade
A luz teus olhos cegas
Embevece a integridade

Se de fato esqueceres;
O que é Estupidez?
Deflagra os saberes
Faz dos erros Reis.

Vasto império do que amam,
Estar à vida, alheio
São bondosos os que te avocam
E maldito eu que te odeio?

Sabes tu exatamente
o que a Treva faz?
Decrépita sutilmente
Liberando de ti os ais.

Sorte lançada ao vendo
É o medo que a trás?
Padeço por ti neste momento
Peço que descanse em paz.

Éreis tu flor tão bela
Seleta em meu solstício
Retirara de ti a chama da vela
Laçou-a em precipício

Celestialmente pairou,
no céu, a flor sabedoria
O homem quem a matou
deixou-a defronte a artilharia

Os arrojos corromperam as asas
De cor, branco puro sublime
Jamais voltarias às casas
Lançada a morte, que a subestime.

Com perjúrio lamentoso
Via-a partir;
Pareceu-me indecoroso
Ver deixá-la de existir

A Santíssima sabedoria
neste momento se despedia,
alçava um voo eterno
Indo ao longe deste inferno.

Seu sepulcro lacrado
Recolheu toda luz;
Enegrecido mundo alado
Escuridão à alma jus.

Sucumbiu a sabedoria
Consigo levando a humanidade
Se na Ignorância esta viveria
Pereceria de insanidade.

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