
Ela tem graciosidade, salpicada de vaidade.
Sorri envergonhada, com maçãs enrubescidas.
Está farta, aflita, com a mente em embate,
Porém, continua afoita, sozinha. Tão pobre, tão covarde.
Pede licença, para caminhar entre a multidão.
Mal percebe que está só, e diminuta como um anão,
Sendo sufocada pela respiração de outrem,
Entretanto, persevera constrangida, abatida. Sem asas, sem chão.
Ela chora, silenciosamente, como um rio.
Desespera-se com a verdade de seus olhos,
Sente-se perdida, enraivada, feito fogo em pavio,
Contudo, assente a dor, engole a fúria. Não há velas, não há navios.
Tem olhos dentro do espelho; Estes não lhe pertencem.
Leva a mão aos secos lábios, onde a alma emudece,
Seu olhar é dúbio, de esguelha e tristonho.
Todavia, sobrevive; Faz bater o coração. Tão sozinho, tão enfadonho.
Um comentário:
Muito bom.
Achei bacana a comparação do choro com o rio.
Sem falar da verdade dos olhos..
Paulo
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