terça-feira, 2 de novembro de 2010

A exposição


Há quem julgue a vida
Há quem dela esquive,
Pouco dela se vive
Se pouco é atrevida.

Há quem desenhe no dia,
A forma que toma à noite.
Há quem se esconderia
Se soubesse que a vida é o acoite.

Já vi tantos quadros de vida
Expostos em velhos museus
Desprezíveis em suas feridas
Esplendorosos em templos de Zeus.

Expositores tão simplórios
Quão belos seus trabalhos são!
Vencedores inglórios;
Artistas com suntuosas mãos.

Bela é a arte de desenhar,
A vida com perfeição
Está limitada a quem amar.
Mesmo, que seja de antemão.

Tais artistas de quem falo
Trazem o pincel no coração
O sague, que pulsa ralo.
È tinta da imaginação.

Não há quem possa esquecer
As obras tão vistosas
Nem há como parecer
Nesta vida majestosa

Que saiba eu do mundo
Todos somos pintores
Desenhando os amores
Em mares de arte inundo

Quadros. E mais quadros.
Expostos em paredes conspurcas
Quadros. E mais quadros.
Depostos envoltos de burcas

Quadros. Quantos quadros.
As mãos férteis produzem.
Quadros. Quantos quadros.
Onde as vidas se reproduzem.

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