
“Meu” é tão furtivo
Infortúnio e tempestivo
Que a mim causa mal estar
Posse não existe
A menos que seja triste
E queira tudo vos pleitear
Entendas companheiro
Ter algo por inteiro
Não se deves desejar
O apropriado é ter se "meio"
Onde podes em devaneio
Outro se adicionar
A verdade é que queremos
E jamais entenderemos
Chamar alguém de “minha” o intento é dominar
Declamando em doce timbre
O sentido de ser livre
É poder ir e voltar
Quando se tem anseio
Não sustenta no peito o “meio”
E “minha” se quer usar
De fato admito
No tom baixo de adito
No fim desejamos
Ouvir alguém que amamos
“Meu” sussurrar
Em toda contradição
A verdadeira lição
Vivemos em conflito
Com o coração aflito
Em medo de se doar
Enfim compreendo
Com o peito enfastiado ardendo
Tudo que mais desejo
É ter na vida um ensejo
Para um pronome possessivo usar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário