terça-feira, 2 de novembro de 2010

A ponte


Vou caminhando, sereno e sorrindo.
Não tenho medo e nem busco abrigo.
Vou vagando – assistindo;
O mundo inteiro se acomodar.

Dobrando as suntuosas esquinas
Descobrindo o novo das vidas;
Aprendendo a ser bem-vinda
Por onde eu passar.

Nestas largas ruas esculpidas
Vou ganhando novas feridas.
Sanando aquelas antigas
Que jamais hei de encontrar.

As pontes são os melhores caminhos;
Deleito-me a ver os rios.
Silenciosos em seu aninho
Cultivando com modéstia um altar.

Eu olho para a luminosa água.
A pureza que a meus olhos salta
Uma melodia tão doce e alta,
Levando a alma á flutuar.

Aquele pitoresco obelisco.
Pelo frígido metal ereto;
Encoberto pelo concreto
Vem a todos abençoar.

Consagra qualquer um, que como eu.
Trás o mundo na memória.
Observando da ponde de glória.
A felicidade se banhar.

2 comentários:

Anônimo disse...

"As pontes são os melhores caminhos"

Bom, costumam dizer que eu acho os poemas tristes. Posso dizer que este não é. Pode - se dizer que são o histórico de passagem de qualquer um que se aventura sobre ela...



PAulo.

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

só há belas pontes de amor quando são atravessadas pelos pés do silêncio cruzando o luar.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 04/11/2010