sábado, 14 de agosto de 2010

De Mão em Mão


Lendárias mãos
Pequeninas e fechadas
Rechonchudas e desajeitadas
Espalmadas no chão

Estampam inúmeros sentimentos
Alegria ou detrimento
Raiva ou consternação
Quão sofridas e calejadas, são algumas mãos.

Curtinhas e arredondadas.
Das crianças brincando nas ruas
Fininhas e desgastadas
Rosadas,negras e pálidas, todas nuas.

Mãos requerem cuidados,
Necessita-se mantê-las limpinhas.
O tal órgão estimado
Jamais deve sair da linha.

Marcadas com furtos e assassinatos
Juntam-se infantis, na clemência do perdão
Reflexo hábil e nato
Que oferece galardão.

São carinhosas e meigas
Austeras e leigas
Firmes e fortes
Lidas com azar ou sorte.

Mãos são o contato
Da alma com nosso ato
Senis conselheiras
Esquecidas às eiras

Mãos são únicas
Ventem-nos como túnicas
Seus caminhos, quantos são!
Filetes de suor que radiam emoção.

Decoradas com unhas expressivas
Tantas vezes corroídas
Estão a nós passivas
No intento da saída.

Mãos, muito te precisamos
Ao labuto te lançamos
Esquecendo a afeição.
Sendo tu tão generosa, há de dar-nos redenção.

Mãozinhas carentes e geladas
Aprendendo tão pequenas
A amar e sem serem amadas
Óh! Que falta faz Atenas.

Mãos são a extensão d’alma
Repletas de fadiga e a calma
Como as de um ancião
Severas em suas rugas, que ostentam mansidão.

Mãos joviais e alertas
Destrancam portas, velozes e espertas
Para livres caminhar
Na juventude pensam que tudo podem alcançar.

Mãos! Como são julgadas.
Por muitos, abandonadas
Em ausência de oração
São necessárias? Óh!Como são.

Mãos de honestidade
Mãos de dedicação
Mãos de castidade
Mãos de doação

Os dedos são vielas
Se interando a calçada
Pelas ondas presentes nelas
Nossas vidas são marcadas

A mão é um presente dado
Para um ser abençoado
Oferecer a gratidão
Extirpando a dor, em troca da boa ação.

2 comentários:

Taís Helmer disse...

"A mão é um presente dado
Para um ser abençoado
Oferecer a gratidão
Extirpando a dor, em troca da boa ação."
muito bom Théss!
Ainda acho que você deveria fazer um poema dos pés também! ^^

- Escritora Preferida!

Anônimo disse...

Gostei muito do poema..
Como já havia comentado, você usou palavras simples, tornando-o de fácil entendimento.
Escreve muito, vasta imaginação!



Paulo