quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Só, sorte!


Sou de longa data, um seguidor de poeira.
Tenho fé; Acendo vela e também fogueira.
Nos meus pés anfitriões, abrigo o conhecimento,
Já caminhei por tantas estradas, sob a terra e o cimento.

Trago os consolos, que a vida presenteia.
Sou como a aranha, que cedo tece a teia,
Argumento, com meus olhos, a confiança.
Com meu sorriso pleiteio a sorte e a esperança.

Doce, sou. Docemente me transponho.
Não crio juízos e tão pouco me envergonho,
De mostrar ao mundo que sou um viajante
Que levo a vida sobre os ombros, e sou errante.

Há tempos não sou tão moço,
Há tempos me consagro leigo.
Sorrio de meus pulmões e seu esforço
Pranteio a saudade de possuir um leito.

Tenho tantas indagações, pergunto ao pó.
Não tenho outro a quem indagar, vivo só.
E assim, que tarde me alcance a morte,
Pois viver a margem da vida é para quem tem sorte. Só, sorte.

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